PARQUE MAYER (2018)

19-02-2020

 Não estava mesmo nada à espera que este filme me emocionasse e me cativasse tanto como o fez. Wow! 

 Estamos a falar de cinema português, cinema este de pouca escala, nem sempre tão interessante e às vezes muito mau. Mas este filme foi apenas uma obra prima. Merece as minhas 5 estrelas, as minhas 10 estrelas, aliás, se a minha escala fosse de 0-100, acho que conseguem entender quantas estrelas eu daria.

 Conseguiu abordar temas como a homossexualidade de uma maneira tão complexa com um duplo significado. A falta de liberdade dela tanto no regime do estado Novo como na atualidade. Os abusos nas relações, onde os homens sempre acharam que têm que mandar na mulher tal antes como infelizmente ainda agora. Os tabus, os preconceitos, i mean, estou mesmo boquiaberto com este filme...

 Além disso, os figurinos, os cenários, a fotografia e a maravilhosa, às vezes, banda sonora ajudaram a dismistificar que filme português é uma merda. Toda esta parte mais técnica teve grandes profissionais à sua frente. Esteve mesmo impecável até ao ponto de me querer transportar para os anos 30. Não para o regime como é óbvio mas para este tempo tão clássico e chique.

 A Daniela Melchior esteve incrível mas teve os seus momentos mais fraquinhos mas nada de gravíssimo! O Diogo Morgado tornava-se irritante às vezes e dava a sensação que sabia tão de cor o guião que só faltava interpelar o ator com quem contracenava com as suas falas. 

 O resto do elenco esteve impecável e não posso deixar de falar do incrível do Francisco Froes que protagonizou este filme da melhor das maneiras. Ele foi sem dúvida o melhor que este filme teve. A sua interpretação foi flawless, sentida, criou impacto com a audiência (pelo menos comigo) e deixou-me a desejar por mais...Por falar nisso, o filme foi longo mas eu ainda queria mais, aí se vê o quão bom ele é...

 Mas expliquem-me lá uma coisa, quem é que foi o mastermind que decidiu usar o pateta alegre como insulto à sociedade do presente e ao regime do passado? My mind is blown. Escolher entre a alegria e a liberdade? Like wow! É tão real, tão vivo no nosso quotidiano quanto à sexualidade. Outra coisa que me fez apaixonar por este filme, foi o teatro de revista. Sempre amei este estilo e lembro-me de que quando era criança, ficava sempre agarradinho à TVI a ver a Marina Mota e tantos outros nos teatros de revista que eram transmitidos. Sempre adorei.  
 

 Vejam este filme que vale mesmo a pena, e é caso para dizer que nos últimos anos o cinema português está a crescer na quantidade e na qualidade!

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