MORANGOS COM AÇÚCAR (TVI, PRIME VIDEO, 2023)
Pensava eu que iria ficar pelo primeiro episódio e acabei por ver todos. Sim, a controvérsia era grande. Pelos trailers parecia mais “ÉLITE” do que os Morangos com Açúcar que conhecíamos, mas acabei por sair surpreendido.
A série está desenvolvida para apelar a um novo público alvo. O público que consome conteúdo rapidamente. Daí serem só dez episódios e não os duzentos ou trezentos que customavam ser. E embora seja um binge mais rápido, o drama e toda a storyline tem tempo suficiente de se desenrolar. E honestamente é muito melhor assim! Todas as séries que consumimos hoje em dia são pequenas e divididas em várias temporadas e não é por isso que as paramos de ver…
No que toca ao sexo, raptos, drogas… que foram o principal motivo para as comparações a “ÉLITE”, a quem queremos enganar?! Na adolescência há sexo e drogas e já havia existido temas semelhantes nas outras temporadas dos Morangos, logo não vejo motivo de alarme, isto claro que excluindo o rapto e desaparecimentos e afins, que também não é como se nunca tivesse acontecido noutras temporadas.
No entanto, consegui encontrar o elemento “Morangos” pela série. Aquilo que tornava a série original tão apelativa nos nossos tempos. A música, através do festival de bandas ( embora seja bem má ), os desportos radicais como o surf, os dramas entre as populares e os restantes e claro o famoso e incomparável TRIÂNGULO AMOROSO que é um must!
Não sei se vos acontece também, mas, por vezes acabo por ver algum video ou apanho algum episódio solto dos Morangos na TV enquanto faço zapping e não posso deixar de reparar que era uma bosta no que toca as performances! Hoje em dia a maioria dos atores são mestres na sua área mas na altura damn…eram muito maus. Era bastante cringe. Claro que em putos não notávamos, mas olhando para trás, sim era péssimo. Que é algo que eu não posso dizer quanto à nova temporada. Os atores novos são mesmo bons!
Fora a Madalena Brandão, a Margarida Corceiro e a Beatriz Frazão que já conhecia, fiquei surpreso com as atuações do Vicente Gil, que interpreta o Miguel Navarro, a Cíntia Semedo que interpreta a Luana, o Cláudio de Castro que faz de Frederico e também o Rui Pedro Silva que faz de Santiago. Todos estes são os maiores destaques da série, visto que alguns são dos que têm mais protagonismo. Mas no geral todos são muito bons.
Destaco também, e aplaudo, o Tomás Taborda e o António Van Zeller pela representação ousada, para o público português, da comunidade LGBTQ+. Aos poucos temos mais representação mas nunca é demais mostrar que existimos e que não somos só pecado e doenças!
Mas não só os jovens que fazem furor. Tiago Castro, Rita Pereira, Sara Barradas, Cifrão e claro Pedro Teixeira, de volta aos seus icónicos papéis originais. Ajudam a dar uma sensação mais acolhedora e nostálgica à série. E adoro a icónica Fernanda Serrano!
E deixem-me mencionar a evolução abismal da qualidade! o estilo visual “novela” foi deitado ao lixo e agora temos o estilo “filme/série” que é muito melhor. Os shots da praia são lindos, a qualidade da imagem está mais hd que nunca e no geral o enquadramento das frames está impecável.
O último episódio deixa-nos num cliffhanger gigante, literalmente o episódio parece que acaba do nada e ficamos com vontade de mais! Eu pelo menos tenho vontade de mais e quero já a próxima temporada!!!