
1917
REVIEW DE TELMO ANTUNES
Tive a oportunidade graças à IGN Portugal e à NOS de o ver na sessão de antestreia de dia 22(ontem), na sala IMAX dos cinemas NOS do centro comercial Colombo e thank god que consegui vê-lo assim... Pena que cheguei atrasado e fiquei na segunda fila... Péssimo como devem imaginar. By the way, preparem-se para os SPOILERS!
O filme, como já devem saber é um long one shot e eu acredito firmamente que há cortes como é mais que óbvio. Seja aproveitar uma escuridão ou alguém/algo que passa mesmo em frente da câmara. Mas mesmo que isso tenha acontecido, pelo menos 2 vezes que eu tenha reparado, congrats a este duo de atores que decorou o guião de uma ponta a outra.
Em primeiro lugar devo dizer que eu já estava à espera que a certo ponto o personagem interpretado pelo Dean-Charles Chapman iria morrer, pois já tinha visto aquela cena do George Mackay a correr sozinho e percebi logo que ele tinha ficado para trás. Mas pronto.
O Dean fez de Blake. O Blake era encantador e carismático. Conseguia tirar algumas, embora poucas, gargalhadas ao público. Fisicamente ele vai parecer que é um pussy mas turns out que é bem corajoso e determinado e eu juro que uma morte num filme nunca foi tão emocional como a dele.
Já o George, este sim o protagonista do filme faz de Schofield. Também determinado, sofreu muitos obstáculos pelo caminho mas não desistiu e conseguiu chegar ao seu objetivo. Ambos fizeram uma dupla muito agradável de acompanhar na primeira parte do filme. E meu Deus! A maneira como o Schofield processou a morte do Blake estava a deixar-me com lágrimas nos olhos, plus(+) aquela música a acompanhar, damn!
Mark Strong fez de Capitão Smith e embora a sua breve passagem pelo ecrã, gostei de o ver e gostei da atitude que ele teve para com o Schofield.
Agora...tenho de dizer algo muito importante! O filme quase que me levou às lágrimas. Só não levou porque eu estava com os olhos secos de estar tão perto do ecrã. Mas digo isto pela "cena" em que o Schofield revela ao irmão mais velho do Blake, a sua morte. Este irmão mais velho, o Joseph, é interpretado pelo Richard Madden que, como se ouviu na sala de cinema, é mais conhecido por papéis como (Robb Stark "Game of Thrones"), (Prince Charming "Cinderella") e brevemente como Ikaris no filme "Eternals" da MARVEL.
Foi mesmo uma cena que me pesou na alma. Ver a reação dele foi mesmo esmagadora e por momentos pensei que por raiva ele fosse atacar o Schofield mas não o fez, agradeceu o que ele fez e ficou ali a sentir a dor por si mesmo, levando o Schofield a se retirar do momento, a ir até a uma linda árvore e se encostar. E é assim que dizemos adeus a esta história.
Anyways... Como vi o filme em IMAX e ainda por cima na segunda fila da sala, senti-me parte dele durante os seus 119 minutos.
Deixem-me que vos diga uma coisa, já com "Os Aeronautas" aconteceu o mesmo, embora neste tenha sido pior... Do que estou a falar? Stress e ansiedade! Diziam que o "JOKER" era um filme perigoso? Nah este sim é que é! Estava sempre a abanar a perna e a "roer as unhas" de nervosismo pelo que iria acontecer a seguir! Em certos momentos dei por mim enraivecido. Isto nunca me tinha acontecido antes, mas houve uma altura em que ambos o Schofield e o Blake estavam escondidos numa trincheira à espera de poder subir para ver se o caminho estava livre. A câmara estava quieta atrás deles sem mostrar o que de lá viria. A certo ponto dou por mim a ter um impulso, que controlei, de querer subir a "parede" da trincheira para poder ver o que estava do outro lado. SIM, ISTO ACONTECEU! Até mais do que uma vez, houve outra altura em que eu senti o impulso de correr juntamente com o Schofield porque ele estava na cidade abandonada a levar tiros.
Muito resumidamente, tu só queres que ele acabe a missão e estás a torcer por isso duma maneira tão intensa que sentes que estás a querer ajudar!
Acho que um fator que faz com que isto aconteça, esta imersão no filme, é o tal método do one shot! Que estava flawless! Ao início eu estava a tomar sempre atenção a isso para ver se eles falhavam mas como não aconteceu acabei por me distrair e às vezes ficava naquela do "Será que houve corte? Ainda agora estávamos a fazer aquilo e agora isto?...", mas não! Não houve corte!
Mas malta o que falta dizer para vos convencer a ir ver este filme? Nada não é?! Façam esse favor a vós mesmos. Vejam por vocês se o que eu digo é real, se as emoções que eu senti também sentirão...
Parabéns ao diretor, Sam Mendes ("007 Skyfall") por ter conseguido criar uma obra prima rara que tem direito ao seu lugar nos livros de história... Do cinema, neste caso.
Como sempre, bons filmes e boas leituras!