A PEQUENA SEREIA (DISNEY, 2023)

28-05-2023
 Aconteceu! Finalmente chegou o dia. A adaptação em vida real de "A pequena Sereia" já saiu nos cinemas, eu já fui ver, e tenho que vos contar tudo!!!


Como sempre, já sabem que vou spoilar, por isso, estão avisados.

 Começamos pela história, que todos nós já conhecemos. Não está muito diferente, a base está lá, mas há uns quantos "acrescentar de história" que até foram bem pensados. Em primeiro, o príncipe Eric já não é só um corpo gostoso pelo qual a Ariel se apaixona. Agora também tem um sonho. O mesmo da Ariel, descobrir o mundo, um quer ir para a terra, outro para o mar. Além disso, cada um tem a sua coleção, a Ariel de bugigangas e o Eric de livros e artefactos marítimos. E ambos são lindos ne…

 Descobrimos ainda que o Eric é adotado pelos reis quando foi encontrado no mar, que o pai dele morreu justamente no mar e que a mãe da Ariel em terra, o que justifica o "ódio"/medo que tanto o Tritão como a Rainha Selina têm de deixar os filhos serem livres para explorar os mundos opostos.

 Já agora, a Ursula passa a ser irmã do Tritão, does that make sense, well let's ask the audience. Sereias e polvos/lulas…enfim.

 Quero já destacar os meus momentos favoritos do filme. Sendo eles os momentos musicais de "Part of your World", "Under the Sea", "Poor Unfortunate Souls" e "kiss the girl".

 Em "Part of Your World" temos a voz incrível da Halle Bailey. Embora visualmente, não seja uma cena deslumbrante, é a simplicidade dos arredores que faz com que nos foquemos apenas na voz dela e fiquemos deslumbrados.

 "Under the Sea" é o momento musical mais vivo em cor e diversão. Foi a cena musical, I dare to say, mais bem conseguida. Com todos os animais e movimento e again, cor, pois vão perceber que o filme é muito sóbrio.

 A Melissa McCarthy entrega uma performance de "Poor Unfortunate Souls" cativante e devo admitir impressionante, eu amo-a mas estava um pouco nervoso para ver como ela seria a fazer de vilã, sendo que ela é maioritariamente atriz de comédia, embora em "Can you ever forgive me?" já a tenhamos visto a ser ótima em drama também. Além disso, nunca a tinha ouvido a cantar, então daí a ansiedade que tinha para ver se não estariamos a entrar em mais uma versão de "Emma Watson cheia de autotune". Ela surpreendeu-me pela positiva sem dúvida, mas já falarei dela mais à frente na review.

 Por fim, "Kiss the Girl". Foram ridículas as notícias que tinha vindo a ler sobre a mudança da letra para representar consentimento. Sim, a letra está ligeiramente alterada, honestamente nem se nota a diferença, e visto que é por uma boa causa, why not?! Esta foi a cena do Sebastião e do Scuttle sem dúvida alguma, O momento em que eles estão a cantar juntamente com o Flounder na ponta do remo foi a mais engraçada do filme todo.

 Além dos clássicos, são acrescentados novos momentos musicais ao filme com novas músicas de autoria de Lin-Manuel Miranda em que, sendo honesto só a "For the First Time" e vá…"The Scuttlebutt" é que se aproveitam. A música do principe Eric, "Wild Uncharted Waters", faz-me lembrar "Bet on It" do segundo "High School Musical", só digo isto.

 Halle Bailey. Não vou perder tempo aqui a falar da controvérsia em torno do seu casting, porque acho ridículo discutir o cast de uma personagem de animação.

 Foi uma ótima escolha, ela entregou uma Ariel mais divertida, carismática e com um vozeirão! Ela não é a melhor atriz do mundo, não, mas é muito boa, e sejemos sinceros, o papel não pede por muito, para o que era preciso fazer, ela conseguiu muito bem.

 Jonah Hauer-King era um desconhecido para mim e aposto que para muitos de vós, mas pelo que já percebi pelo Twitter e TikTok, já ninguém o vai esquecer. Tornou-se instantaneamente uma crush da internet e com razão, o homem é lindo, bom ator e bastante carismático. Vou só fingir que aquela música dele não aconteceu, passa a ser tabu.

 Melissa McCarthy voltamos a ti. Wow, as primeira vezes que ela aparecia e não queriam entregar muito do look dela, eram brilhantes. A maneira como através dos olhos dela a brilhar no escuro, conseguiram criar pesadelos a todas as crianças na plateia foi mágico. Mágico porque as crianças à minha frente estavam muito irritantes, então bem feito. Esta mulher fez um trabalho incrível, foi assustadora, poderosa, divertida até. Lá está, surpreendeu-me pela positiva.

 Javier Bardem fez o que lhe foi pedido. É o Javier Bardem por amor de Deus. Que atorzão! Não apareceu muito, mas quando aparecia, trazia uma emoção forte a cada cena. E conquistou-me mais ainda no fim. Quando o Tritão e a Ariel se despedem, foi das cenas mais tristes do filme, assim que a Ariel deixa aquela lágrima cair…ai meu coração.

 O Sebastião e o Scuttle roubavam cada cena, principalmente o Sebastião de Daveed Diggs. O design dele venceu a todos os outros pelos olhos. Se ele não tivesse aqueles olhos, ele não tinha metido tanta piada. O Daveed Diggs conseguiu ser tão mas tão engraçado, com aquele seu sotaque e personalidade. Já o Scuttle da Awkwafina também se expressava bem e também ela foi bastante engraçada mas não teve tanto "tempo de antena" como o Sebastião para se destacar tanto. Quanto ao Flounder, só o esqueçam, não vale a pena sequer pensarem nele. Em duas palavras: Que merda! Não a dobragem do Jacob Tremblay, que até estava boa mas aquele design dele hiper-mega realista não conseguiu conquistar a empatia de ninguém. Talvez se o tubarão o tivesse comido, teria tido mais impacto…sorry, too far.

 Mas já que estamos a falar de hiper-mega realismo, falemos do CGI e do problema que eu tenho com esta trend da Disney com a representação fiel ao que é a vida real. O fundo do mar está incrívelmente bem feito. Muito escuro sim, mas lá está…realismo. A ilha do Eric nota-se que é verdadeira e o castelo é lindo, mas também é uma ilha sem vida, sem interesse, seca e cheia de rochas, onde a "vila" são um monte de pessoas no meio do mato com banquinhas a venderem bujigangas para a Ariel comprar, mas lá está…realismo. Não tenho literalmente problema nenhum com os efeitos especiais deste filme, não consegui detetar nenhum erro. Embora na cena "Poor Unfortunate Souls" pudessem ter limado mais os detalhes naquele fumo e assim, mas pronto.

 O meu problema mesmo é com a Disney. Eu amo a Disney, vejo todos os filmes que lançam. Adoro os live-actions remakes, não perco nenhum e gosto da maioria. Mas de que vale estarem a refazer filmes de fantasia em vida-real se lhes tiram a fantasia toda? Seja em figurinos, em cenografia, em ambiente…conseguem tirar a fantasia a tudo e acaba por ser chato. Sim o filme está lindo, atrevo-me a dizer, um dos melhores remakes que a Disney já fez, mas há sempre algo a faltar, aquele elemento de magia que os filmes de animação têm e que os live-action não. Querem ser fiéis ao período temporal e à área geográfica mas isto não são filmes para retratar acontecimentos históricos, isto é ficção, tirem mais liberdade para arriscar e pintarem o mundo que criam.

 Por fim, quero criticar a última cena do filme, está horrível. A última cena que vemos do filme é literalmente uma merda. Desculpem, mas é, em vez de um final grandioso a irem para o pôr do sol, temos o Eric e a Ariel num barco minúsculo a irem para o navio grande a desaparecerem no canto direito do ecrã enquanto ficamos nós a olhar para água. Pronto that's it. Enfim.

 Aproveitem para ver este filme em IMAX porque rende, vêm bem e ouvem bem. Byeeeeeee

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