A DAMA E O VAGABUNDO (2019)

24-11-2019

REVIEW DE: TELMO ANTUNES

 

 A Dama e o Vagabundo. 2019. Live-action da Disney lançado na plataforma Disney+. As opiniões negativas para com estas re-imaginações ou recriações em vida real de clássicos animados da Disney são muitas, sempre foram mais que positivas...mas será que a mais recente história muda tudo?

 

 Antes de prosseguir com mais algo, devo dizer que eu sou 100% a favor dos Live-action remakes... I mean menos o Dumbo, but sometimes, in my dreams...i pretend that that movie was never released...

 A Dama e o Vagabundo é o quarto "vida real" Disney deste ano, vem a seguir ao Aladdin, ao Rei Leão e ao Dumbo. Só que desta vez, este clássico foi adaptado não ao cinema mas sim ao streaming. Lady and the Tramp não foi daqueles filmes que os estúdios desistem de estrear no grande ecrã e atiram para a Netflix, não! Foi feito de propósito para o Disney+, para o seu dia de estreia! Será que foi uma boa decisão?


 Mas bom comecemos do princípio. Desde que o primeiro trailer foi lançado, eu fiquei com água na boca. Embora deva admitir que a primeira impressão de CGI que o mundo recebeu através do Vagabundo não foi a melhor mas no filme foi completamente bem feito, nada assustador como no trailer.

 Eu não me lembrava de nada do primeiro filme, o original de 1955, apenas recordava pequenas cenas através do trailer como por exemplo a famosa cena do esparguete ou a perseguição da carrinha do Dog Pound, mas a verdade é que na minha cabeça, mais memória tinha da sequela de 2001, que tinha dado à pouco tempo no Disney Channel.

 Portanto dá para ver que fui muito "cego" para este filme sem saber o que esperar. E devo dizer que fiquei deveras impressionado com a qualidade deste filme. Desde história, CGI, banda sonora, voice cast, visuals, a vibe inteira do filme basically. Caraterizo este filme como um "romance sonhador", ou seja, é um romance mas não é só mais um romance, get it? O que o faz ser "sonhador" é aquele toque de magia Disney, pelos tons de cor usados, à música ambiente, perfeitooooo! Só quero falar e falar deste filme a toda a gente porque é mesmo um must-watch!

 Depois de ver este filme decidi ir rever tanto o original como a sequela de novo. Muitas coisas foram acrescentadas mas nada que tirasse valor algum ao original, acho que todas as adições foram necessárias para que a história não aborrecesse tanto ou não fosse tão enche chouriços como no filme de 1955. Pois no original, tudo anda muito devagar, a história demora imenso a se desenrolar e até se torna algo exaustiva, i mean o meu irmão mais novo gostou bastante e eu também gostei mas...já não sou criança Disney, you can't fool me with those enche Chouriços anymore... I needed more and I got more! Nesta versão da história, visto que tem mais adições, acontece tudo mais rapidamente, os enche chouriços de antes foram substituídos por lindos visuais e diálogos interessantes de se ouvir, como quando o Vagabundo fala da falta de lealdade dos humanos and... I felt that. Basicamente tudo segue o seu curso direitinho até ao desfecho. 


 O filme também tem algumas mudanças, que fazem ligação com temas como o racismo, girl power e integração racial. A Disney tentou ser subtil mas dá para notar o esforço e valorizo muito a intenção. 

 Um pequeno aparte, a Grace Randolph do canal "Beyond the trailer" na sua review e por suas palavras disse que este filme era "a really good Disney Channel movie". E à medida que o tempo tem vindo a passar, acho que começo a concordar com essa opinião porque por um lado não é bom o suficiente para ir para o grande ecrã, e não estou a dizer isso pela falta de qualidade mas sim pela falta de atração. E ao mesmo tempo é demasiado bom para ser um filme original Disney Channel. Portanto eu vou nomeá-lo de "Um dos melhores filmes que o streaming tem para oferecer".

 E aconselho-vos a vê-lo embrulhados numa mantinha, com algum snack ou, quem sabe, uma bolonhesa...e com as luzes de natal acesas no background, assim passam uma tarde, noite ou evening de inverno bem confortáveis. 

 Mas vamos então falar do voice cast. Como Dama temos a Tessa Thompson que já sendo da família Disney através da Marvel (Valkyrie) deram-lhe logo a oportunidade de fazer um trabalho maravilhoso como protagonista, foi mesmo impecável! Encaixou-se super bem a voz à personagem. O Vagabundo foi o Justin Theroux, que eu não conhecia, apenas por nome e que também se encaixou perfeitamente no papel de Tramp. A Peg foi interpretada pela grande Janelle Monáe que teve aquele momento musical incrível no dog pound. O Trusty ficou a cabo de Sam Elliott que mais recentemente brilhou em "Assim Nasce uma Estrela". O Joca ou melhor agora, a Joca, teve a voz emprestada pela Ashley Jensen e o último cão a mencionar é o Bull, Benedict Wong.

 Chegando aos humanos temos a Darling (Kiersey Clemons) e o Jim Darling (Thomas Mann), ambos atores que adorei conhecer e que quero desvendar mais sobre os seus trabalhos mas que me deixaram muito na corda bamba. Pois, se eles têm de ser um casal feliz porque é que não o demonstram? Honestamente a mim pareceu-me que ambos (os personagens) não queriam estar nesta relação. A maneira como agiram na cena de abertura, que by the way está linda, e as reações do Jim perante a gravidez... I don't know... Algo não cliquou. Lá para o fim já pareciam estar mais à vontade mas pronto. Sem ser isto, a Darling canta muito bem e sempre que o fazia era como se nos embalasse a nós também.

 O senhor do Dog Pound, o Elliot, foi interpretado pelo sempre a suar, Adrian Martinez. A meu ver dos melhor atores que neste filme apareciam em carne e osso pelo facto de que, se o objetivo do seu personagem era irritar o espectador, ele conseguiu!

 A última humana que destaco, é a Yvette Nicole Brown, que já devem conhecer dos Vingadores Endgame, Hotel para Cães, Dreamgirls... Enfim, muito viajada pela indústria. Ela fazia de tia Sarah e digamos que ela era uma autêntica p***, e no original nem era assim tanto mas neste pintaram-na mesmo como a má da fita. Ela podia morrer que eu nem queria saber. Então ela chega ali com os seus gatos demoníacos, culpa a cadela da merda que eles fizeram e ainda a leva à loja para lhe comprar um açaime? Mas quem é que ela pensa que é? Se fosse com a minha cadela, essa mulher tinha ouvido das boas! E no fim até foi tratada como mereceu!

 Houve ainda um breve cameo do Ken Jeong como doutor. Embora tenha sido uma aparição muito breve foi bastante agradável de o ver. E claro que o Marco e o Tony também foram muito bem interpretados por Arturo Castro e F. Murray Abraham, respectivamente. 

 O diretor Charlie Bean e o compositor Joseph Trapanese em conjunto fizeram um masterpiece. Equilibraram o filme em visual com sonoro duma maneira muito bonita e que criava o clima clássico de um filme Disney dos anos 50 muito bem.
O filme é mesmo lindo e eu acho que os cães estão muito bem balanceados entre o CGI e o vida real também, e quando falam não assusta de todo! Está mesmo bem feito. Atenção! O filme levou-me às lágrimas! Lá para o fim do filme e sem querer desvendar muito, aconselho a terem uns lencinhos ao lado porque é mesmo muito emocionante o final. Eu estava acompanhado então não quis deixar a lágrima sair do meu olho para não me envergonhar à frente da minha avó que pensava que o Vagabundo tinha morrido... Ups spoiler... Mas a sério se gostarem de cães, vão gostar deste filme e sentir as lágrimas também.


 Respondendo às minhas duas perguntas inicias, eu acho que este filme pode ser uma mudança de direção quanto às opiniões negativas dos Live-action porque este filme está mesmo ótimo e provavelmente a escolha de não ter ido para o grande ecrã foi acertada.

 Obrigado por terem lido mais uma review e vão-se mantendo atualizados nas novidades do REVIEWD pela página do Instagram. 

 Até à próxima e boas leituras, bons filmes, séries... Bom tudo!

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